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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Carta Aberta ao Senhor Procurador da República, Doutor Leandro Bastos Nunes

Senhor Procurador da República, Doutor Leandro Bastos Nunes,

Em verdade, ao longo deste lamentável período compreendido entre a publicação desta postagem no Genoma Brasil, em que o acuso de prevaricação, dezenas de pessoas, entre as quais posso contar duas promotoras, uma procuradora, e até mesmo uma juíza federal (muitos de meus amigos e amigas  de longa data se tornaram respeitáveis operadores do Poder Judiciário, outros, simplesmente, pessoas que o tem na conta de amigo e colega de trabalho) me procuraram para dar testemunho de seu caráter e conduta ilibada, a qual eu mesmo pude constatar, através de pesquisas metódicas sobre sua pessoa nos mais diversos sítios de dados jurídicos disponíveis, onde não encontrei nada que depusesse em seu desfavor. Durante muito tempo, desde o primeiro envio de material denunciatório ao Sr. por mim via e-mail, o que pude comprovar, na forma da lei, em Ata Notarial anexada aos autos processuais, cogitei na possibilidade que sua demora em responder poderia, de fato, estar alicerçada, no não recebimento de meus e-mails, a pesar de os mesmos estarem salvos em meu e-mail na seção "ENVIADOS".Um hacker hábil pode manipular mesmo o site da Procuradoria da República, presumo, baseado em fatos recentes como os incidentes envolvendo hackers que invadiram o site do FBI, nos Estados Unidos, e ter causado tais transtornos. Porque um hacker faria isso? Minha denúncia atingiu política, moral e criminalmente, altos executivos do Governo Federal, entre os quais contavam-se ministros de Estado. O Doutor Luis Fernando da Silva Bouzas, maior autoridade do Ministério da Saúde em políticas e programas para transplante de medula óssea e outros precursores hematopoiéticos, com quem luto durante quase uma hora e meia naquela comprometedora Gravação Telefônica hospedada no Youtube sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=6EqQu6F-mp8 de título: "Gravação Telefônica: Governo Dilma Rousseff Implicado na Máfia do Transplante de Medula Óssea", ao longo da qual o mesmo, acuado sob o peso de minhas acusações, chega a fazer repetidos convites para que eu fosse à sede do Instituto Nacional do Câncer/Ministério da Saúde, na cidade do Rio de Janeiro, "debater" com a cúpula do Ministério da Saúde sobre as questões relativas ao transplante de medula óssea no país, assunto de alta complexidade, acessível a apenas a cientistas e pesquisadores de renome nos campos de Terapia Celular, Hematologia, Imunogenética, etc. Sejamos adultos e ponderados, senhor procurador, o que eu, um autodidata que nunca fez nenhuma faculdade, teria para debater com um homem com um cientistas dono de um currículo tão extenso como o apresentado na plataforma lattes, na sede do maior órgão do Governo para a área do combate e controle do câncer no país, se não houvesse algo de muito sério e sombrio por trás de minhas acusações?

Muitas pessoas, como se pode comprovar através dos comentários do Sr. Ricardo Martins e Sra. Soraya, nesta postagem, me procuram para testemunhar-me sobre sua conduta séria e exemplar dentro do Judiciário brasileiro. O que me levou a insistir em manter esta publicação disponível no Genoma Brasil foi a natureza obscura do processo movido pelo Sr.e o Ministério Público Federal contra a minha pessoa, de forma sigilosa. Não vou entrar aqui nos pormenores que apontam para as anormalidades procedimentais na condução deste processo, as quais abundam em minha resposta judicial à Meritíssima Senhora Doutora Juíza Tanille Ellen Nascimento de Macêdo, que podem ser lidas no link:

 http://genomabrasil.blogspot.com.br/2015/07/resposta-judicial-de-ivo-sotn.html


Eu levei um ano para descobrir que estava sendo processado (só descobri, na verdade, através de uma amiga que se tornou juíza federal) e quando entrei no site da Justiça Federal, vi que a parte litigante tinha o nome sob sigilo.

Outra grande razão para minha insistência em manter esta publicação foi o fato de eu não ter sido chamado nenhuma vez pelo Ministério Público Federal para dar qualquer depoimento sobre a Máfia do Transplante de Medula Óssea, organização criminosa fincada no Ministério da Saúde do Brasil, responsável por tráfico de tecidos humanos (medula óssea), dentre outros crimes. Confesso que o fato de o senhor não ter instituído, concomitantemente ao processo criminal contra a minha pessoa, um procedimento público com vistas a me ouvir e apurar os fatos depôs contra o senhor, para o seu detrimento. Sei que o Sr. certamente investigou minha denúncia, mas eu nunca fui ouvido nem pelo senhor nem por ninguém do Judiciário Brasileiro. Para o Sr. ter uma ideia da situação kafkaniana em que me vi encerrado, eu e minha esposa chegamos a procurar o delegado da polícia Civil daqui à época para registrar uma queixa contra a coação que eu e minha esposa passamos a sofrer com este trabalho denunciatório, com indivíduos nos seguindo à paisana diariamente, sempre que saiamos, e o delegado disse que não registraria a queixa porque tráfico de órgãos estava fora de sua "alçada", mesmo eu tendo feito questão de salientar que o que estávamos fazendo era denunciar uma coação exercida contra mim e minha esposa dentro de sua circunscrição policial, não o crime de tráfico de órgãos, que é de alçada da Polícia Federal, como sabemos. A maior prova disso é esta gravação de uma conversa que tive com a promotora de Camaçari:

https://www.youtube.com/watch?v=qZqIoSCMC70   
   
No mesmo dia em que o delegado nos disse não ao nosso direito de queixa, olha a recepção que um policial federal me ofereceu diante de uma denúncia seríssima:

https://www.youtube.com/watch?v=xGC7XDUsB9k


Não estou mais à frente desta denúncia, senhor procurador. Durante estes anos, o sofrimento a que submeti a mim mesmo e a minha amada Herlene, por conta de uma luta implacável para frear uma verdadeira matança contra crianças portadoras de câncer, foi grande de mais. Nos propusemos derrubar a Portaria Ministerial N° 844, do Ministério da Saúde, a qual limitava criminosamente as chances de milhares de crianças brasileiras portadoras de cânceres hematológicos no acesso ao transplante de medula ósse. E derrubamos esta portaria. Durante nosso trabalho contra a vigência desta "lei" assassina, a mesma foi modificada diversas vezes. Acho que nunca uma Portaria recebeu tantas emendas como a Portaria N° 844, as quais podem ser vistas no texto de minha resposta judicial, num dos links supracitados. O irônico de tudo isso é que ganhamos muitos inimigos dentro da própria causa onco-hematológica brasileira, ativistas interessados na manutenção de tantas mortes por leucemia (para parafrasear Nietzsche, quem vive de combater um inimigo tem intenção de deixá-lo sempre vivo), médicos hematologistas interessados em "privatizar" serviços que deveriam ser prestados em caráter gratuito e até mesmo papais e mamães de crianças portadoras de câncer, senhor procurador. Por mais abjeto e absurdo que isto possa lhe parecer (foi a minha percepção no início) o ser humano pode descer a este nível de degradação para lucrar com a miséria do próprio filho, através de campanhas para angariar fundos que seriam supostamente direcionados ao tratamento da criança, mas que acabam se convertendo em artigos de luxo, como roupas de grife, carros, viagens ao exterior, etc. Outra forma encontrada por criminosos desta natureza (a maioria das pessoas desta causa age assim) para obter lucro é com o uso exaustivo de imagens onde crianças agonizam em seus leitos, em sua intimidade, imagens canibalizadas por hipócritas interesseiros sob o pretexto de estarem lutando em nome de suas próprias vítimas.

Abandonamos esta causa e esta denúncia, doutor. A maior prova de que paramos no momento oportuno é o fato de ainda estarmos vivos e sadios. O curioso de tudo isso é que eu, o denunciante, fui o único processado e que, graças ao seu processo contra a minha pessoa o nome MÁFIA DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA, pode ser registrado num órgão judiciário da República. Ao ler os autos processuais e ver que a matéria "Resíduos de Parto: o Ouro Vermelho da Máfia do Transplante de Medula Óssea" estava inserida integralmente, embora com o inconveniente de estar sendo utilizada contra mim mesmo,fui tomado de sentimentos ambivalentes: fiquei indignado e feliz ao mesmo tempo.

Algumas das pessoas que me procuraram são da Comunidade Espírita da Bahia, irmãs espirituais do Sr. Estas pessoas, com uma sinceridade que aprendi a constatar através da Etologia, ciência da qual sou estudioso e que ensina sobre determinados padrões motores característicos presentes nos indivíduos quando há sinceridade ou falsidade em suas argumentações, me falaram sobre sua profunda espiritualidade e generosidade dentro desta comunidade. Isso serviu para reforçar ainda mais minha inclinação em remover esta postagem, aliada, obviamente, nos fatos sobre sua conduta.

Dias atrás entrei no site do Tribunal Regional Federal e não pude deixar de rir. A Defensoria Pública da União, órgão de quem revoguei o direito de advogar em minha defesa, devido ao exposto em minha defesa judicial à Meritíssima Juíza, peticionou em meu "favor", alegando insanidade. Veja que curioso! Certamente, por força das leis processuais, por eu não ter conseguido gozar de meu direito de postular em minha própria defesa, previsto no artigo 8 da Convenção Americana de Direitos Humanos, a DPU, que já havia sido retirada do processo, retornou. Para me auxiliar neste árduo caminho. O curioso é que eles alegam minha insanidade sem nunca terem conversado comigo a respeito e que, tecnicamente, isso serviria apenas para "reabilitá-lo" perante a sociedade, caso o senhor precisasse disso, uma vez que as pessoas de bem veriam que um "insano" escreveu aquelas coisas contra o Senhor. Não é cômico? Hoje, mas maduro, calmo e embasado, sei que o senhor não precisa de tais expedientes. Mas, sejamos razoáveis, veja se não é o que parece.

Senhor procurador, vou deixar esta postagem no ar até o período em que o senhor me responder. Que esta carta aberta sirva para restabelecer perante aqueles a quem esta postagem pode ter influenciado de forma negativa sobre a sua conduta, o seu merecido respeito. Vou lhe ser sincero em mais uma coisa: sei que, diante dos fatos, o senhor nunca recebeu NADA nosso através de e-mails, agora estou firmemente convicto. Mas isso não quer dizer que estes e-mails não tenham de fato chegado as suas contas de e-mails pessoal e institucional. Que eles chegaram é fato. Está provado em Ata Notarial anexada ao processo. Resta saber quem pode ter impedido que este material chegasse às suas mãos.

Estou vivendo um momento muito feliz em minha vida, onde eu e minha esposa, além de estarmos reconstruído nossa história em termos financeiros e profissionais, seriamente danificada por conta desta denúncia contra a Máfia do Transplante de Medula Óssea, estamos à espera de um lindo menino. Lhe peço desculpas, publicamente. A razão desta carta não é induzi-lo a extinguir este processo, uma vez que o senhor está em seu direito em dar seguimento. Mas gostaria de pedir-lhe para pensar nesta possibilidade. A prossecução deste litígio só serviria para nos desgastar a ambos, uma vez que o senhor tem a sua certeza e provas de que nunca recebeu nada via e-mail, e eu, a certeza e provas de que enviei-lhe, embora hoje eu acredite ter cometido uma injustiça ao afirmar que o senhor as recebeu. Porque acredito em sua integridade? De todas as pessoas a quem denunciei publicamente, o senhor foi a única que se sentiu ferido e com razões para processar-me criminalmente.
Não vou mentir e dizer que não existe em algum lugar de meu ser a possibilidade de eu estar sendo enganado pelas circunstâncias, mas diferentemente do que o senhor afirmou a meu respeito, eu prefiro cometer o erro de enganar a mim mesmo que atentar injustamente contra uma pessoa de caráter.   

Sinceramente,

Ivo Sotn.

P.S.: Desculpa se não consegui expressar adequadamente minhas argumentações, é que não tive tempo para reler o texto e o escrevi quase que automaticamente. A ideia era apenas dois parágrafos.