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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Hillary Clinton e o Desejo "Masculino" Pela Extinção das Mulheres... A Etologia Explica...

Fonte da foto:
http://edition.cnn.com/election/primaries/candidates/hillary-clinton


Tenho amigos machos em mais de 60 países. Isso significa que tenho visto, descritos em quase 60 idiomas diferentes, os orgasmos masculinos mundo a fora pela vitória de Trump e a consequente derrota da Sra. Clinton. Isto é curioso porque a maioria das descrições destes orgasmos masculinos "trampnianos" está acompanhada de xingamentos, aviltamentos e até ameaças de morte à candidata derrotada, Hillary Clinton.
"Pro inferno, sua puta!", escreveu alguém em inglês, ou italiano - não me lembro exatamente. Mas vi nestes últimos dias uma enxurrada de ataques superficialmente dirigidos contra a Sra. Clinton, mas que, na verdade, observando etologicamente o cotidiano destes atacantes, evidencia-se que se trata de uma violência contra as mulheres em geral. Entre no perfil de um homem que xinga uma mulher no Facebook, por exemplo. Tome suas postagens como manifestações etológicas de seu ser em contato com seu habitat natural. Você verá que em suas falas, em suas fotos, em seus vídeos, o homem estará sempre firme e presente...
No campo das ciências do comportamento, a Etologia constitui, a meu ver, a mais magnífica das ciências. Certamente minha inclinação pelas ciências criminais tem um forte peso sobre esta constatação. Etologia é uma palavra de origem grega e significa, etimologicamente, "estudo do hábito", ou "estudo do que é costumeiro". Também amo Psicologia, mas vejo, pelo viés jurídico, o uso da Etologia como a melhor forma para se obter provas concretas para o diagnóstico de certos repertórios de padrões de comportamentos apresentados pelos grupos dos chamados animais sociais. Através de minhas observações daquilo que é costumeiro no comportamento do homem-padrão, cheguei à conclusão de que este indivíduo é o único no reino animal que nutre desejo (isto, graças à sua pretensa racionalidade) de extinguir a presença da fêmea de sua espécie em seu habitat.
Não acredito em governos e, menos ainda, em democracia. Sou completamente indiferente ao sexo do fantoche da vez que ocupe o "poder". Pra mim, tanto a Hillary Clinton quanto o Trump se converteria o fantoche da vez nas mãos dos megaempresários americanos. Coube a Trump este papel. Entretanto, devido às minhas inclinações subjetivas pelo sexo feminino - não consigo me ver num ambiente sem a presença de mulheres - para mim seria muito mais interessante ver, nas poucas vezes em que assisto Tv, o rosto inteligente e feminino de uma senhora de 70 anos ainda muito atraente que o de um palhaço de idade equivalente, mas pantomimicamente "machão" - para os homens-padrão.
Não acho que os homens-padrão devam gostar da presença feminina, como eu gosto, nem os estou criticando por isso. Na verdade, o que acho curioso é o fato deles não estranharem em si mesmos as raízes de tais comportamentos. O homem "machista" é muito macho, tem desejo de excluir da sociedade mulheres e homossexuais... Para tornar a sociedade 100% masculina! Mas, me pergunto, uma sociedade 100% masculina, formada com indivíduos 100% XY ("machos") não seria uma sociedade homossexual (com a prevalência de apenas um gênero)???
O que a Etologia tem a ver com isso? O ataque e os esforços "masculinos" em subtrair a presença feminina de todos os âmbitos da sociedade é algo que pode ser constatado através de imagens do cotidiano de qualquer homem-padrão. O homem-padrão está sempre procurando um meio de empurrar a mulher para as margens da sociedade, ele precisa da mulher para a escravidão e procriação - e só. Enquanto ele marginaliza as mulheres, cerca-se de "homens". Para ele, infelizmente, a ciência ainda não tornou possível a gestação masculina. No dia que isso acontecer, o homem-padrão criminalizará a maternidade e tornará a gravidez masculina como o único meio aceitável de reprodução humana. Naqueles dias, o aborto, por exemplo, será descriminalizado para os futuros papais que optem por interromper a gestação intestinal... Não apoio o aborto livre, mas o que estou colocando aqui é o fato de o mesmo ser crime apenas porque é uma coisa de mulher. A sodomia, fosse praticada entre um homem e uma mulher ou ente dois homens, foi criminalizada internacionalmente durante séculos... Bastou que um punhado de homens decidissem que aquela era a melhor forma deles mesmos sentirem prazer com seus próprios corpos, tais leis foram abolidas, cedendo lugar para estatutos que passaram a reconhecer como direito inalienável aquilo que antes era visto e punido como crime. Se a homossexualidade fosse uma possibilidade apenas feminina, a Organização Mundial de Saúde jamais a teria retirado de sua lista de enfermidades psiquiátricas.
Portanto, Vide com olhos etológicos a ti próprio, ó homem-padrão! Quantas horas de teus dias tu dedicas ao culto do "macho", em ambientes carregados de testosterona? Em contrapartida, quantas horas de teus dias tu dedicas a difamar, denegrir, aviltar e subtrair o feminino de teu mundo. Não te esqueças o que disse Lucy Irigaray sobre teu comportamento: "A heterossexualidade (machista) é a homossexualidade entre homens, mediatizada pelo corpo da mulher.
Como homem, não gosto de política e uma das razões que me levam a amar a mulher é justamente esta aversão inata da mulher para com a política. As mulheres possuem um mundo interior muito rico e vibrante, que extrapola os tapinhas nas costas, bajulações, sorrisinhos falsos e tantas outras hipocrisias e superficialidades.
Aristóteles estava certo quando disse que o homem (padrão) era um animal político. Com olhos etológicos, vejo que o mundo político é o mundo ideal do homem-padrão. Há sempre uma erotização subjacente em todas as reuniões e discussões políticas (não apenas políticas) em que predomina o homem-padrão. É excitante para o homem-padrão gritar, brigar, bajular e discutir política - entre outros homens-padrão. O homem precisa fazer política com outros homens. A presença de mulheres na política será sempre uma ofensa àquilo que o homem-padrão tem de mais sagrado na idealização de seus herméticos grupos sociais: a preservação e a exclusividade da "masculinidade". Não ao estrogênio! Sim a testosterona!
É estranho, demasiado estranho!, que a mulher ainda não tenha percebido as reais motivações para tanto desejo de subtração do feminino. Investigando as relações homem-mulher sob as luzes da Etologia, fica bem claro que nunca houve, por parte dos homens, um desejo de excluir a mulher das relações e espaços sociais. Há, sim, um desejo de excluir a mulher e todos os símbolos femininos da face da terra, em prol da prevalência absoluta do homem (padrão) e de tudo o que é masculino. Mas, me pergunto, um mundo só de homens?...

domingo, 16 de outubro de 2016

Dos Diálogos que Estabelecemos com o Passado



Era um dia de verão. O ano, 2005. Dois casais de intelectuais alemães ligados ao Goethe Institute haviam cruzado o Atlântico para conhecer um jovem escritor com cuja obra tiveram contato através de uma amiga germano-brasileira que tinham em comum, a qual, após ler trechos de duas obras em gestação, intituladas PARVOLÂNDIA CONVULSIONADA e AS CARTAS TROCADAS ENTRE ADOLF HITLER, O CORONÉ E O DIABO, havia se convencido de que estava diante de um achado invulgar. A intuição desta menina a levou a traduzir trechos destes dois trabalhos para o russo, alemão e inglês,  enviando-os para várias instituições globais ligadas à cultura. O encontro foi marcado em uma das barracas da Praia de Piatã, na orla marítima de Salvador. Os estudiosos, dois dos  quais com formação em Literatura Alemã, esperavam conhecer o dono da obra que tanto os havia intrigado, ao brincar com um componente completamente extinto na Literatura Ocidental, mas que, por muito tempo, a brindou com nomes como Dante, Cervantes, Voltaire, Kafka e Swift: a sátira. O "sátiro" em questão era esse moço da foto: Ivo Sotn - eu mesmo. Um jovem que trouxe consigo um sentimento inato sobre as coisas do espírito e, por esta razão, a ideia de que a "cultura"   produzida para agradar as massas (formadas por pessoas rasas) tem sempre o objetivo de fazer do espectro a própria essência; neste caso, para agradar a demanda do consumo por coisas cada vez mais baratas e acessíveis ao grande público, um espantalho tosco e vulgar é preenchido com os mais pobres farrapos e posto no lugar da estátua nobre e imponente da deusa Literatura. Desta forma, a sátira, como tantas outras formas humanas de transcender a mediocridade, foi banida de nossa "cultura" e a Literatura - não apenas em razão deste banimento - violentada, aviltada e tornada sem brilho e ridícula. É o preço que se paga quando se confunde UTILIDADE com CULTURA. Esse sentimento juvenil e indomável, que até os dias atuais arde em meu peito e resiste a todas as formas de aviltamento da individualidade e da essência, encontrou eco em muitas das ideias de Nietzsche sobre este assunto. Para mim, não  apenas a Literatura, mas todas as mais genuínas expressões da alma humana devem estar acima de qualquer concessão ou adequação aos gostos da maioria. Só desta maneira alguém pode ser livre.
Foi muito curioso e divertido o nosso encontro. Os quatro estrangeiros haviam construído, de acordo com a análise em meus escritos, uma figura completamente diversa da que encontraram. Acreditavam que encontrariam um ser de aspecto um tanto mórbido: pálido, com olheiras e ar de quem costuma perder noites se dilacerando diante das questões humanas. Lembro clara e particularmente da expressão que a Johanna, a primeira do grupo a me avistar, em razão da posição de sua cadeira na areia da praia, fez, quando a Mikaela, minha amiga e intérprete, me saudou, sorrindo:
- Ivo!
Eu estava de sunga, molhado por conta de meu mergulho habitual de saudação à uma das filhas mais belas da Mãe Natureza: a Mar (penso "no" mar sempre no feminino, com seu perfume, sua grandeza, sua beleza, seus mistérios, sua força, na verdade, a Mar se tornou um substantivo masculino, com um deus masculino como seu guardião (Poseidon/Netuno) de acordo com as mitologias greco-romanas, porque foi o gênero "masculino", com sua mania de amar, santificar e eternizar a imagem do homem e do falo em todas as coisas, que, submisso a este amor, nomeou todas as coisas - vide, como exemplo, a palavra orquídea, que se refere a um lindo grupo de plantas cujas flores, em tudo, remetem à mulher, seja por sua delicadeza, seja pela beleza ou pelo fato de suas flores lembrarem nitidamente a vulva feminina.
Orquídea é uma palavra grega e, por incrível que pareça, quer dizer testículos, isso por conta dos dois tubérculos encontrados nas espécies do gênero orchis, que lembram esta parte do corpo masculino. Detalhe: tubérculos são órgãos para a reserva de energia que algumas plantas desenvolvem, se situam sob a terra e constituem uma das partes mais rústicas da planta e menos atrativa, em relação às flores. Como tendemos a buscar e a projetar mas coisas aquilo que amamos e com que nos identificamos, os cientistas olharam a orquídea das raízes às flores e procuraram algo sobressalente com que pudessem nomeá-la: ignoraram a beleza vulvar de suas flores e viram um par de testículos, mesmo que enrugados e sujos de terra, com suas raízes pendentes...).
A Johanna sorriu pra mim e falou com a Mikaela, em alemão, algo do tipo:
- Deixe de gracinhas, Mikaela, ele é um surfista ou algo parecido. Onde está o Ivo Sotn que procuramos?
Mikaela traduziu essa recepção e nós dois rimos muito. Eles também riram, só que como se tivessem desconfortáveis por terem cometido uma gafe. Cumprimentei a todos e tomei meu lugar à mesa. Na medida em que começamos a conversar, eles falando em alemão, eu em português e a Mikaela literalmente pressionada entre dois idiomas, fazia suas acrobacias verbais, tentando repassar  o mais fielmente possível a essência de cada pergunta e de cada resposta.
Enquanto Mikaela foi traduzindo minhas motivações para a criação de Parvolândia, uma expressão iluminada de muito interesse tomou os rostos de todos. Quando eu disse que Parvolândia traduzia-se, literalmente, por "Terra dos Parvos", todos riram bastante.
Esta foto é desta época, não necessariamente deste dia, mas desta época tão especial em minha vida, onde grande parte de meu tempo era consumido à beira mar, na praia, trabalhando em meu notebook como ghost writer, na Praia do Flamengo, em Salvador, ou na Cabana NEFERTITE, de minha irmã, que ficava ao lado da cabana NO STRESS, do amigo Luca, na Praia de Piatã. Lá, oferecíamos para clientes de todas as partes do Brasil e do mundo deliciosas iguarias à base de frutos do mar e incríveis drinks tropicais. Era interessante interagir com pessoas, especialmente mulheres - para mim - de diversas partes do mundo. 
Daquela conversa entre intelectuais estrangeiros surgiu uma bolsa de estudos informal, que consistia em eu me mudar para Dortmund ou Leipzig, na Alemanha, para estudar literatura alemã, através do idioma alemão, que eu aprenderia. A ideia era me colocar, depois de familiarizado com o clima e a cultura, no Goethe Institute. Fazia parte da proposta uma casa para morar em Bergisch GladBach (caso eu optasse por Dortmund) e um trabalho de meio período ligado ao Ministério da Cultura alemão, com o qual eu me manteria. Optei por Dortmund em razão de sua proximidade geográfica com vários países europeus, como Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça. Seria bem interessante viajar nos fins de semana entre estes países... até que uma tempestade se aproximou...
Por muito tempo foi difícil conviver com a ideia de que o Estado brasileiro transformou meu sonho num pesadelo. Mas eu precisava continuar caminhando, sozinho, em meio a selva obscura... Encontrei ao longo desta caminhada alguém muito, muito, muito especial: minha Herlene. Com ela iniciei uma nova guerra contra as violações de nosso Estado Suinocrata. Com ela derrubei uma Portaria Ministerial. Com ela fiz o Estado ajoelhar-se diante de um trabalho seríssimo, com ela, sofri uma grande perseguição, com ela iniciei uma nova história, com ela, tive meu Anthony, nosso solzinho particular, que tem nos iluminado e dado tanta alegria, com ela, luto por nossa família. A vida é mesmo estranha. Foi preciso que o mundo desabasse sobre mim para que eu conhecesse a pessoa mais importante de toda a minha vida e realizasse um dos trabalhos mais notórios no complexo mundo científico das células-tronco hematopoiéticas, um trabalho cuja excelência transpôs os limites de diversas ciências. Quantos jornalistas, advogados, promotores, procuradores e pesquisadores do campo da hematologia podem exibir um trabalho assim https://m.youtube.com/watch?v=6EqQu6F-mp8 ???


Eu posso e isso foi graças ao conhecimento que precisei acumular para sair dos escombros de tragédias que se abateram sobre mim depois daquele dia feliz e auspicioso, passado entre intelectuais, à beira mar. Depois daquele dia, fui sequestrado, roubado e torturado por policiais militares, que se interessaram muito ao me abordarem aleatoriamente e descobrirem que eu tinha em meu poder a quantia de 1.200 euros - dinheiro vindo da Alemanha para que eu cuidasse dos preparativos para a minha viagem. Reagi com um soco às agressões físicas e verbais de um dos policiais, o qual caiu, ao receber de minha pessoa um belo soco no queixo. Não foi uma boa ideia, pois eram três e eles estavam armados. E eram policiais brasileiros...
Tive que conviver com o diagnóstico doloroso da leucemia de Evelyn... Lutei, tentando salvá-la e concertar as coisas. A via escolhida não foi das melhores: o sequestro de uma pessoa inocente e a tentativa de obter, através dele, a transferência de nossa Evelyn para o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, além da recuperação de meu dinheiro e bens roubados pela polícia. Foi um dia terrível e muito difícil para mim, pois sempre fui um amante das mulheres, do ser feminino e das liberdades individuais. Fazer aquilo foi uma agressão perpetrada contra vítima, sua família e contra mim mesmo. Foi doloroso agir daquela maneira com uma representante do ser que sempre amei, respeitei e defendi, o ser feminino. Naquele dia os planos eram sequestrar um ônibus, libertar todas as mulheres, crianças e idosos e atravessá-lo na Avenida Octávio Mangabeira, para parar a cidade de Salvador. Era um dia muito quente e abafado, com muitos policiais na rua, o que poderia precipitar um confronto letal para mim, uma vez que minha arma se tratava apenas de um simulacro, sem qualquer poder de fogo. Quando entrei na Clínica Ser, onde tomei a refém, minha ideia era só sentar na sala de espera, no andar superior, e pensar melhor as circunstâncias. Foi quando ela (a refém) entrou. Trocamos alguns olhares, depois algumas palavras. Trocamos telefones. Ela e a amiga que a acompanhava foram chamadas pelo médico. Enquanto eu permanecia na sala de espera, fui tomado por uma tristeza profunda, pois estava a um passo de cometer a maior loucura de minha vida, de onde só sairia preso ou morto, e deixaria para sempre o mundo e tudo o que eu mais amava nele: sol, natureza selvagem, artes, a Mar e aquilo que havia constituído até ali a minha maior razão de ser: as mulheres... Foi tomado por este pensamento que decidi fazer daquela menina minha refém. Ela era uma mulher muito atraente e havia se sentido atraída por mim no  momento mais crítico de minha vida até então. Eu sabia que seria muito difícil para ela toda aquela situação, mas fui egoísta e desejei passar aqueles que poderiam ser os últimos momentos de minha vida na presença do ser que mais amei e com quem sempre me mantive em comunhão: o ser feminino. Enquanto pensava assim, prometi a mim mesmo que daria o melhor e o pior de mim para que, ao final da ação, ela voltasse para casa. Foi assim que tudo aconteceu...
É impossível olhar para esta foto e não ter todo esse filme passando em minha mente. É um dos filmes que constituem minha vida, minha essência... Por muito tempo o evitei e até tentei apagá-lo, hoje, ao  revê-lo, me parece muito distante, como se tivesse acontecido em um livro ou produzido num estúdio. Certa vez a Clarice Lispector escreveu que cortar os próprios erros era uma tarefa muito perigosa, pois talvez fosse justamente um erro a coluna responsável pela sustentação de todo o edifício...

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Da Decisão Absurda do Juiz Federal Antônio Oswaldo Scarpa

Página N° 11 de minha resposta judicial, onde se pode comprovar, através de Ata registrada por tabelião a partir de cópias registradas em minha conta de e-mail, que realmente enviei os e-mails denunciatórios ao senhor procurador da República, Leandro Bastos Nunes. Em qualquer tribunal do mundo, apenas a apresentação desta prova seria suficiente para provar minha inocência e por fim ao processo.  



Dias atrás, cometi um erro – um dos poucos cometidos nesta denúncia – ao afirmar que 8 folhas de minha resposta judicial à Juíza substituta da Décima Sétima Vara Federal Criminal Especializada haviam sido suprimidas. O que aconteceu foi que, ao receber a oficial da justiça federal com uma intimação para Herlene (video aqui: https://www.youtube.com/watch?v=uaqFCH4-7jI), com a decisão do juiz Antônio Oswaldo Scarpa, o qual baseou sua decisão absurda de suspeita de insanidade mental nos relatos do Defensor Público da União Fábio Calmon de Amorim, que simplesmente resolveu jogar contra mim, seu “defendido” e no seu próprio exame dos documentos apresentados àquela corte, eu simplesmente não acreditei que o juiz tivesse tido acesso aos documentos apresentados por mim como resposta à acusação, acreditei que nossos perseguidores estatais tivessem corrompido o teor de minha resposta judicial (vide a conduta de funcionários estatais para conosco aqui: https://www.youtube.com/watch?v=oHRe64-c_es). O que aconteceu, para eu chegar a esta suspeita, foi simplesmente o fato de não acreditar que o juiz pudesse chegar a uma decisão desfavorável baseado nos documentos de minha resposta, pois a mesma apresentava as provas irrefutáveis de que eu realmente havia enviado os e-mails denunciatórios ao procurador da República, Leandro Bastos Nunes, a saber, cópias destes e-mails, duas das quais reproduzidas em Ata Notarial.


Como cheguei ao erro de que 8 folhas haviam sido suprimidas. Ao apresentar minha resposta judicial ao tribunal (documentos aqui) apresentei, como é exigido, as folhas originais, ou seja, todas as folhas impressas a partir do que imprimi direto da impressora. Como para cada página impressa uma folha foi utilizada, todos os documentos constantes contabilizariam 63 folhas (uma página por folha). O problema é que nem todas as folhas foram impressas por mim. Minha Ata Notarial, que comprova em 16 páginas o conteúdo de e-mails enviados ao procurador da República, Leandro Bastos Nunes (às folhas 11 e 24 de minha resposta judicial) foi impressa pelo tabelião em 8 folhas, frente e verso, o que contabilizam 16 páginas. Aí residiu meu erro. Não me lembrava de que estas páginas (únicas num documento com 63 páginas) haviam sido impressas em folhas onde foram utilizadas a frente e o verso para a impressão. Este erro me deixou triste por duas razões: pela falta tosca que acabei cometendo em um trabalho científico-jornalístico desta envergadura: https://www.youtube.com/watch?v=6EqQu6F-mp8 e pelo fato de o juiz ter realmente baseado a sua decisão contra a minha pessoa justamente naquilo que, diante de qualquer tribunal, sempre consistiu a razão para a aplicação da justiça: as provas. O procurador da República, Leandro Bastos Nunes, me processou naquele tribunal federal por calúnia e difamação. Diante da impossibilidade desta acusação se sustentar com a existência das provas de que realmente enviei a denúncia ao senhor procurador, o mesmo tribunal que me processava por calúnia e difamação resolveu passar sobre a legitimidade das provas do primeiro processo e aceitar a proposição de um segundo, muito mais conveniente, de insanidade mental. O que fazer?

Eis os documentos da decisão judicial:







      

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Carta Aberta ao Senhor Procurador da República, Doutor Leandro Bastos Nunes

Senhor Procurador da República, Doutor Leandro Bastos Nunes,

Em verdade, ao longo deste lamentável período compreendido entre a publicação desta postagem no Genoma Brasil, em que o acuso de prevaricação, dezenas de pessoas, entre as quais posso contar duas promotoras, uma procuradora, e até mesmo uma juíza federal (muitos de meus amigos e amigas  de longa data se tornaram respeitáveis operadores do Poder Judiciário, outros, simplesmente, pessoas que o tem na conta de amigo e colega de trabalho) me procuraram para dar testemunho de seu caráter e conduta ilibada, a qual eu mesmo pude constatar, através de pesquisas metódicas sobre sua pessoa nos mais diversos sítios de dados jurídicos disponíveis, onde não encontrei nada que depusesse em seu desfavor. Durante muito tempo, desde o primeiro envio de material denunciatório ao Sr. por mim via e-mail, o que pude comprovar, na forma da lei, em Ata Notarial anexada aos autos processuais, cogitei na possibilidade que sua demora em responder poderia, de fato, estar alicerçada, no não recebimento de meus e-mails, a pesar de os mesmos estarem salvos em meu e-mail na seção "ENVIADOS".Um hacker hábil pode manipular mesmo o site da Procuradoria da República, presumo, baseado em fatos recentes como os incidentes envolvendo hackers que invadiram o site do FBI, nos Estados Unidos, e ter causado tais transtornos. Porque um hacker faria isso? Minha denúncia atingiu política, moral e criminalmente, altos executivos do Governo Federal, entre os quais contavam-se ministros de Estado. O Doutor Luis Fernando da Silva Bouzas, maior autoridade do Ministério da Saúde em políticas e programas para transplante de medula óssea e outros precursores hematopoiéticos, com quem luto durante quase uma hora e meia naquela comprometedora Gravação Telefônica hospedada no Youtube sob o link: https://www.youtube.com/watch?v=6EqQu6F-mp8 de título: "Gravação Telefônica: Governo Dilma Rousseff Implicado na Máfia do Transplante de Medula Óssea", ao longo da qual o mesmo, acuado sob o peso de minhas acusações, chega a fazer repetidos convites para que eu fosse à sede do Instituto Nacional do Câncer/Ministério da Saúde, na cidade do Rio de Janeiro, "debater" com a cúpula do Ministério da Saúde sobre as questões relativas ao transplante de medula óssea no país, assunto de alta complexidade, acessível a apenas a cientistas e pesquisadores de renome nos campos de Terapia Celular, Hematologia, Imunogenética, etc. Sejamos adultos e ponderados, senhor procurador, o que eu, um autodidata que nunca fez nenhuma faculdade, teria para debater com um homem com um cientistas dono de um currículo tão extenso como o apresentado na plataforma lattes, na sede do maior órgão do Governo para a área do combate e controle do câncer no país, se não houvesse algo de muito sério e sombrio por trás de minhas acusações?

Muitas pessoas, como se pode comprovar através dos comentários do Sr. Ricardo Martins e Sra. Soraya, nesta postagem, me procuram para testemunhar-me sobre sua conduta séria e exemplar dentro do Judiciário brasileiro. O que me levou a insistir em manter esta publicação disponível no Genoma Brasil foi a natureza obscura do processo movido pelo Sr.e o Ministério Público Federal contra a minha pessoa, de forma sigilosa. Não vou entrar aqui nos pormenores que apontam para as anormalidades procedimentais na condução deste processo, as quais abundam em minha resposta judicial à Meritíssima Senhora Doutora Juíza Tanille Ellen Nascimento de Macêdo, que podem ser lidas no link:

 http://genomabrasil.blogspot.com.br/2015/07/resposta-judicial-de-ivo-sotn.html


Eu levei um ano para descobrir que estava sendo processado (só descobri, na verdade, através de uma amiga que se tornou juíza federal) e quando entrei no site da Justiça Federal, vi que a parte litigante tinha o nome sob sigilo.

Outra grande razão para minha insistência em manter esta publicação foi o fato de eu não ter sido chamado nenhuma vez pelo Ministério Público Federal para dar qualquer depoimento sobre a Máfia do Transplante de Medula Óssea, organização criminosa fincada no Ministério da Saúde do Brasil, responsável por tráfico de tecidos humanos (medula óssea), dentre outros crimes. Confesso que o fato de o senhor não ter instituído, concomitantemente ao processo criminal contra a minha pessoa, um procedimento público com vistas a me ouvir e apurar os fatos depôs contra o senhor, para o seu detrimento. Sei que o Sr. certamente investigou minha denúncia, mas eu nunca fui ouvido nem pelo senhor nem por ninguém do Judiciário Brasileiro. Para o Sr. ter uma ideia da situação kafkaniana em que me vi encerrado, eu e minha esposa chegamos a procurar o delegado da polícia Civil daqui à época para registrar uma queixa contra a coação que eu e minha esposa passamos a sofrer com este trabalho denunciatório, com indivíduos nos seguindo à paisana diariamente, sempre que saiamos, e o delegado disse que não registraria a queixa porque tráfico de órgãos estava fora de sua "alçada", mesmo eu tendo feito questão de salientar que o que estávamos fazendo era denunciar uma coação exercida contra mim e minha esposa dentro de sua circunscrição policial, não o crime de tráfico de órgãos, que é de alçada da Polícia Federal, como sabemos. A maior prova disso é esta gravação de uma conversa que tive com a promotora de Camaçari:

https://www.youtube.com/watch?v=qZqIoSCMC70   
   
No mesmo dia em que o delegado nos disse não ao nosso direito de queixa, olha a recepção que um policial federal me ofereceu diante de uma denúncia seríssima:

https://www.youtube.com/watch?v=xGC7XDUsB9k


Não estou mais à frente desta denúncia, senhor procurador. Durante estes anos, o sofrimento a que submeti a mim mesmo e a minha amada Herlene, por conta de uma luta implacável para frear uma verdadeira matança contra crianças portadoras de câncer, foi grande de mais. Nos propusemos derrubar a Portaria Ministerial N° 844, do Ministério da Saúde, a qual limitava criminosamente as chances de milhares de crianças brasileiras portadoras de cânceres hematológicos no acesso ao transplante de medula ósse. E derrubamos esta portaria. Durante nosso trabalho contra a vigência desta "lei" assassina, a mesma foi modificada diversas vezes. Acho que nunca uma Portaria recebeu tantas emendas como a Portaria N° 844, as quais podem ser vistas no texto de minha resposta judicial, num dos links supracitados. O irônico de tudo isso é que ganhamos muitos inimigos dentro da própria causa onco-hematológica brasileira, ativistas interessados na manutenção de tantas mortes por leucemia (para parafrasear Nietzsche, quem vive de combater um inimigo tem intenção de deixá-lo sempre vivo), médicos hematologistas interessados em "privatizar" serviços que deveriam ser prestados em caráter gratuito e até mesmo papais e mamães de crianças portadoras de câncer, senhor procurador. Por mais abjeto e absurdo que isto possa lhe parecer (foi a minha percepção no início) o ser humano pode descer a este nível de degradação para lucrar com a miséria do próprio filho, através de campanhas para angariar fundos que seriam supostamente direcionados ao tratamento da criança, mas que acabam se convertendo em artigos de luxo, como roupas de grife, carros, viagens ao exterior, etc. Outra forma encontrada por criminosos desta natureza (a maioria das pessoas desta causa age assim) para obter lucro é com o uso exaustivo de imagens onde crianças agonizam em seus leitos, em sua intimidade, imagens canibalizadas por hipócritas interesseiros sob o pretexto de estarem lutando em nome de suas próprias vítimas.

Abandonamos esta causa e esta denúncia, doutor. A maior prova de que paramos no momento oportuno é o fato de ainda estarmos vivos e sadios. O curioso de tudo isso é que eu, o denunciante, fui o único processado e que, graças ao seu processo contra a minha pessoa o nome MÁFIA DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA, pode ser registrado num órgão judiciário da República. Ao ler os autos processuais e ver que a matéria "Resíduos de Parto: o Ouro Vermelho da Máfia do Transplante de Medula Óssea" estava inserida integralmente, embora com o inconveniente de estar sendo utilizada contra mim mesmo,fui tomado de sentimentos ambivalentes: fiquei indignado e feliz ao mesmo tempo.

Algumas das pessoas que me procuraram são da Comunidade Espírita da Bahia, irmãs espirituais do Sr. Estas pessoas, com uma sinceridade que aprendi a constatar através da Etologia, ciência da qual sou estudioso e que ensina sobre determinados padrões motores característicos presentes nos indivíduos quando há sinceridade ou falsidade em suas argumentações, me falaram sobre sua profunda espiritualidade e generosidade dentro desta comunidade. Isso serviu para reforçar ainda mais minha inclinação em remover esta postagem, aliada, obviamente, nos fatos sobre sua conduta.

Dias atrás entrei no site do Tribunal Regional Federal e não pude deixar de rir. A Defensoria Pública da União, órgão de quem revoguei o direito de advogar em minha defesa, devido ao exposto em minha defesa judicial à Meritíssima Juíza, peticionou em meu "favor", alegando insanidade. Veja que curioso! Certamente, por força das leis processuais, por eu não ter conseguido gozar de meu direito de postular em minha própria defesa, previsto no artigo 8 da Convenção Americana de Direitos Humanos, a DPU, que já havia sido retirada do processo, retornou. Para me auxiliar neste árduo caminho. O curioso é que eles alegam minha insanidade sem nunca terem conversado comigo a respeito e que, tecnicamente, isso serviria apenas para "reabilitá-lo" perante a sociedade, caso o senhor precisasse disso, uma vez que as pessoas de bem veriam que um "insano" escreveu aquelas coisas contra o Senhor. Não é cômico? Hoje, mas maduro, calmo e embasado, sei que o senhor não precisa de tais expedientes. Mas, sejamos razoáveis, veja se não é o que parece.

Senhor procurador, vou deixar esta postagem no ar até o período em que o senhor me responder. Que esta carta aberta sirva para restabelecer perante aqueles a quem esta postagem pode ter influenciado de forma negativa sobre a sua conduta, o seu merecido respeito. Vou lhe ser sincero em mais uma coisa: sei que, diante dos fatos, o senhor nunca recebeu NADA nosso através de e-mails, agora estou firmemente convicto. Mas isso não quer dizer que estes e-mails não tenham de fato chegado as suas contas de e-mails pessoal e institucional. Que eles chegaram é fato. Está provado em Ata Notarial anexada ao processo. Resta saber quem pode ter impedido que este material chegasse às suas mãos.

Estou vivendo um momento muito feliz em minha vida, onde eu e minha esposa, além de estarmos reconstruído nossa história em termos financeiros e profissionais, seriamente danificada por conta desta denúncia contra a Máfia do Transplante de Medula Óssea, estamos à espera de um lindo menino. Lhe peço desculpas, publicamente. A razão desta carta não é induzi-lo a extinguir este processo, uma vez que o senhor está em seu direito em dar seguimento. Mas gostaria de pedir-lhe para pensar nesta possibilidade. A prossecução deste litígio só serviria para nos desgastar a ambos, uma vez que o senhor tem a sua certeza e provas de que nunca recebeu nada via e-mail, e eu, a certeza e provas de que enviei-lhe, embora hoje eu acredite ter cometido uma injustiça ao afirmar que o senhor as recebeu. Porque acredito em sua integridade? De todas as pessoas a quem denunciei publicamente, o senhor foi a única que se sentiu ferido e com razões para processar-me criminalmente.
Não vou mentir e dizer que não existe em algum lugar de meu ser a possibilidade de eu estar sendo enganado pelas circunstâncias, mas diferentemente do que o senhor afirmou a meu respeito, eu prefiro cometer o erro de enganar a mim mesmo que atentar injustamente contra uma pessoa de caráter.   

Sinceramente,

Ivo Sotn.

P.S.: Desculpa se não consegui expressar adequadamente minhas argumentações, é que não tive tempo para reler o texto e o escrevi quase que automaticamente. A ideia era apenas dois parágrafos.