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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Infecções hospitalares crescem até 57% no verão, mostra estudo da Unesp


Source:

Folha de São Paulo

02/01/2014 - 02h45
CLÁUDIA COLLUCCI

A incidência de algumas infecções hospitalares aumenta até 57% no verão, segundo estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu, interior de SP.
A pesquisa envolveu 5.000 exames de sangue de pacientes internados no HC de Botucatu com infecção sanguínea, geralmente associada ao uso de cateteres. Desses, 1.500 tinham infecções adquiridas dentro do hospital.
Após testes estatísticos, os pesquisadores identificaram que as bactérias gram-negativas, principais causadoras de infecção hospitalar, têm comportamento sazonal.
No caso das bactérias do gênero Enterobacter, responsáveis por infecções respiratórias e urinárias, o aumento de casos foi de 57% entre outubro e março em relação ao período de abril a setembro.
Já os casos de Acinetobacter baumannii, bactéria causadora de infecções graves e resistentes a antibióticos, tiveram crescimento de 41% no período mais quente.
"Ela, ao lado da KPC, é o terror das UTIs", diz o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
Segundo Carlos Magno Fortaleza, professor da Unesp e orientador do trabalho, para cada 1º C a mais na temperatura média mensal, aumentou em 13% a incidência da Acinetobacter.
prevenção
A pesquisa é resultado da tese de doutorado da enfermeira Silvia Caldeira e será publicada como artigo científico na edição deste mês da revista "Infection and Hospital Epidemiology".
O estudo sugere que as campanhas de prevenção da infecção hospitalar ocorram no verão, entre dezembro e março, e não em maio, como acontece hoje.
As campanhas orientam sobre a importância da lavagem correta das mãos (com água e sabão ou usando álcool-gel) e do controle da infecção hospitalar com isolamento de pacientes.
Segundo Timerman, a preocupação com as infecções por bactérias multirresistentes é tamanha que já existe uma proposta internacional de colocar em unidades de isolamento todos os pacientes de UTI, mesmo que eles não estejam infectados.
"É uma medida extrema, já que as soluções mais simples, como a higiene adequada das mãos, continuam falhando", diz o infectologista.

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